quinta-feira, 25 de maio de 2017

O PET Civil na Semana Acadêmica de Engenharia Civil (SAEC) 2017



Anualmente o Diretório Acadêmico de Engenharia do Paraná organiza a Semana Acadêmica de Engenharia Civil (SAEC), na qual o curso passa por uma semana sem aulas, apenas com atividades diferentes para os alunos conhecerem e ficarem por dentro de diversas áreas da engenharia. O aluno sai da rotina universitária e tem um contato maior com o mercado de trabalho e aspectos comuns no dia a dia do engenheiro civil, assim, participando de espaços onde a troca de experiências e informações contribuem grandemente para a formação técnica e social do engenheiro civil.
Nesse ano a SAEC ocorreu entre os dias 8 e 13 de Maio, na qual o PET Civil teve sua participação ofertando os cursos de Desmodelagem Estrutural e Oratória. Os cursos foram abertos para toda comunidade acadêmica.


Desmodelagem Estrutural 

Através de métodos interativos e dinâmicos, o curso de Desmodelagem Estrutural foi ministrado pelos petianos Nathanel Montes e Gabriel Costa. Onde foram utilizados modelos estruturais de papel, kit-mola e o Ftool, dispositivos didáticos importantes para visualização das deformações nas estruturas.    
O curso foi ministrado em um dia e abordou a análise reversa do comportamento estrutural de estruturas tridimensionais, bidimensionais e unidimensionais. 

Kit Mola - Modelagem Estrutural 

Com a participação de alunos de diferentes anos da graduação, o curso também trouxe um espaço para realização de dinâmicas, assim,  possibilitando maior integração e troca de experiência por parte dos participantes.


Curso de Oratória 

O curso de Oratória foi ministrado em três dias pelo petiano Rodrigo Otávio de Oliveira e pelo petiano egresso Matheus Ferreira, onde foram abordados aspectos importantes sobre o planejamento e o comportamento para realização de uma boa  apresentação.
O primeiro dia foi introdutório, abordando conceitos importantes da oratória e trazendo informações de como se planejar e se portar para realização de uma boa apresentação. De maneira descontraída os ministrantes do curso buscaram repassar as técnicas necessárias.

1º Dia - Introdução a Oratória

O segundo dia iniciou-se com uma dinâmica sobre layout de apresentação em slides, seguido de uma abordagem sobre os diferentes tipos de apresentações e como organizá-las de acordo com suas características. Encerrou-se com uma apresentação dinâmica sobre técnica vocal.
No terceiro dia foram apresentados dicas para improvisação e técnicas para o feedback, e como no segundo dia, os alunos foram submetidos a uma dinâmica onde os alunos do curso tiveram que improvisar uma apresentação de slides recebidos na hora sem conhecimento prévio.
O desenvolvimento de uma boa oratória é muito importante para a vida acadêmica dos alunos, nesse sentido o PET Civil pode contribuir no desenvolvimento e aprimoramento desse aspecto para os estudantes.

A SAEC é um espaço muito importante para o ambiente acadêmico do curso, Alunos de diversos períodos participam e ajudam a organizar. Todos os anos o PET participa trazendo conhecimentos dinâmicos para comunidade acadêmica. Obrigado a todos que participaram!


 




quarta-feira, 17 de maio de 2017

IV CONPET Civil

Em 2016, o PET Engenharia Civil da UFPR teve a honra de sediar o III Congresso Nacional dos Grupos PET Engenharia Civil (CONPET Civil) em Curitiba. Nesse ano, com muito entusiasmo e boas expectativas (todas muito bem supridas!) nosso grupo participou do evento realizado pelo grupo PET Engenharia Civil UFC, na cidade de Fortaleza - CE.

Foto oficial do IV CONPET Civil. 

O CONPET é o evento que reúne todos grupos PET de Engenharia Civil do Brasil. A ideia do Congresso surgiu no XVIII ENAPET (Encontro Nacional dos Grupos PET), na cidade Recife - PE. Iniciativa dos discentes e docentes do Programa de Educação Tutorial, o evento objetiva fomentar a discussão entre os diferentes grupos PET a fim de compartilhar de que maneira cada um realiza suas atividades em sua Instituição de Ensino Superior.

Nesse ano, o evento ocorreu de 28 a 30 de abril de 2017 abordando o tema "Filosofia, Ação e Legado". O evento contemplou a concepção filosófica do Programa e a execução de sua tríade base: ensino, pesquisa e extensão. Com as atividades do Congresso, foi possível evidenciar e aprimorar o papel do PET como agente transformador da Universidade e do meio externo. A programação envolveu diversas palestras de cunho técnico do ramo da Engenharia Civil (estruturas, hidráulica, transportes e empreendedorismo, por exemplo) e discussões acerca do Programa e da atuação dos grupos de Engenharia Civil junto aos seus cursos.

Programação do Congresso.


A mesa de abertura contou com a participação da coordenadora do curso de Engenharia Civil da UFC e com outras autoridades representativas da Universidade, além do Prof. tutor Alexandre Bertini (UFC). O tema principal da mesa foi o grande desafio apresentado aos cursos atualmente frente às mudanças nas necessidades do mundo atual: alterações na grande curricular, mudanças no processo de ensino-aprendizagem e aprimoramento da relação da Universidade com a Sociedade. 

Em seguida, os congressistas foram distribuídos em equipes para realização da competição Estruturas Recíprocas. As Estruturas Recíprocas são um tipo de estrutura formado por grelhas tridimensionais utilizadas, principalmente, como estruturas para telhados e coberturas. A concepção das peças envolve o apoio mútuo entre cada elemento, posicionados de forma inclinada em um circuito fechado. Nessa oportunidade, os congressistas puderam desenvolver sua sensibilidade no entendimento das estruturas, em especial no que se refere à distribuição dos carregamentos pela estrutura para garantia do equilíbrio. Fique ligado no nosso blog para conhecer mais sobre esse tema em breve!

Atividade "Filosofia PET".

O debate Filosofia PET foi uma ótima oportunidade de reflexão e discussão acerca dos principais objetivos e princípios que envolvem o Programa de Educação Tutorial. Nesse espaço, foi possível discutir temas do Manual de Orientações Básicas (MOB), publicado pelo Ministério da Educação. Esse é o documento oficial que rege as boas práticas e orientações para todos os grupos do Programa a nível nacional.

Palestra "Desmistificando o Concreto Protendido".


No segundo dia de congresso, a programação foi pautada essencialmente por palestras de cunho técnico e pelos Grupos de Discussão (GD). Um GD reúne discentes e docentes com um objetivo comum: discutir e trocar experiências sobre um tema específico que envolva os objetivos do PET. Nesse ano, foram quatro os Grupos de Discussão:

  • O PET como agente transformador da graduação e da sociedade;
  • Um olhar sobre os desafios: a formação do PETiano;
  • A grade curricular dos cursos de Engenharia frente aos novos moldes educacionais;
  • A importâncias da articulação política dos grupos PET.
Os resultados das discussões, os quais abrangem boas práticas e sugestões de diversos grupos PET do Brasil, serão publicados pela comissão organizadora.

O último dia de Congresso foi marcado por duas atividades muito importantes: a apresentação de trabalhos e a atividade Legado PET. Nesse IV CONPET Civil, todos os trabalhos foram publicados com número DOI (Digital Object Identifier System) e com ISSN. Essas foram conquistas do III CONPET, realizado em Curitiba, que trazem maior credibilidade e importância aos trabalhos científicos publicados no evento. O IV CONPET publicou 22 trabalhos com a certificação DOI e os anais do evento podem ser acessados no seguinte link: Anais do IV Congresso Nacional dos Grupos PET Engenharia Civil

Apresentação de trabalho pelos petianos do PET Engenharia Civil da UFPR Lucas Zorzan e David Cordeiro (da esquerda para a direita).


O PET Engenharia Civil da UFPR apresentou o trabalho intitulado "Aplicação de Problem Based Learning na disciplina de Sistemas de Transportes do curso de Engenharia Civil da UFPR". A apresentação ficou a cargo dos petianos Lucas Ghion Zorzan e David Silva Borba Cordeiro. Os petianos tiveram a oportunidade de mostrar o trabalho realizado aqui na UFPR bem como conhecer o que está sendo desenvolvido em outras Universidades. Essas são oportunidades únicas para se obter novas ideias por meio da troca de experiências.

O evento foi encerrado com a atividade Legado PET. Foi um momento de importante reflexão acerca do papel do Programa na formação de cada petiano e na formação dos cursos de graduação para os quais destinamos nosso trabalho. 

Espaço "Experiências PET" e "Legado PET".

Agradecemos a hospitalidade oferecida pelo PET Engenharia Civil da Universidade Federal do Ceará. A organização foi incrível em todos os momentos! Agradecemos também aos 85 congressistas oriundos de 15 Universidades brasileiras pela oportunidade da troca de experiências, conhecimento e pela convivência amigável durante os 4 dias em Fortaleza.


Petianos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR) conhecendo as belezas turísticas de Fortaleza.

Congressistas do IV CONPET Civil.

Foto tradicional do evento (valeu, PET Civil UFPR! a ideia ganhou vida própria!)

Nos vemos em 2018, na cidade de Ouro Preto - MG, para a realização do V CONPET Civil!

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Grandes obras geotécnicas - Túnel de Gothard

A Geotecnia é o ramo responsável pelo estudo do comportamento de solos e rochas. Em todos os tipos de construções civis os engenheiros geotécnicos são necessários, principalmente em grandes obras como túneis, taludes, barragens e também em fundações e sondagens, sejam elas de pequeno ou grande porte. O profissional ideal para esse cargo deve ter um currículo com grande conhecimento teórico, sendo necessária uma pós-graduação no setor, percepção intuitiva para resolução de problemas e vasta experiência no canteiro de obras.

As obras mais espetaculares dos últimos tempos têm grande participação de engenheiros geotécnicos, como o maior prédio do mundo (Burj Khalifa), as ilhas artificias de Dubai (Palm Islands) e o túnel de Gothard na Suíça. Este último é uma das grandes obras de arte recentes da engenharia e revolucionou a construção de túneis. Confira a seguir o processo construtivo e os motivos pelos quais a obra foi realizada.

Túnel de Gothard: ligação entre Suíça e Itália

Amenizar o grande fluxo nas rodovias suíças que causam grandes congestionamento diariamente. Essa foi a principal motivação para a iniciativa da construção de uma via férrea interligando Zurique, na Suíça, e Milão, na Itália. No entanto, havia um grande desafio pelo caminho: os Alpes Suíços.

Túnel de São Gotardo - Suíça

O governo agarrou o desafio e passou a tarefa para os engenheiros, os quais ao longo de toda a obra priorizaram soluções que, além de aumentar a eficácia dos serviços, visavam em princípio a segurança dos trabalhadores. Em 1999, iniciaram-se as escavações na montanha. Com cerca de 10 metros de diâmetro, o túnel levou quase duas décadas para ser finalizado - 17 anos, para ser mais preciso.

A escavação nas áreas em que as rochas eram mais rígidas aconteceu com o uso de enormes fresas, com cabeça de 10 metros de diâmetro, com brocas especiais de trituração, um corpo que podia alcançar uma altura equivalente a um prédio de 3 andares, devido aos seus braços hidráulicos que o prendiam no túnel e evitavam que a escavação fosse lenta e imprecisa, e com comprimento que equivale a 4 estádios de futebol. Projetado para trabalhar durante 6 anos, 24h por dia e 365 dias por ano, as brocas foram desenvolvidas especificamente para o tipo de rocha encontrado na montanha e, quando funcionava, em potência máxima, poderia escavar 40 metros por dia. As 6 fresas construídas foram responsáveis por quase 80% da escavação, enquanto os outros 20% ficaram distribuídos nos métodos tradicionais (escavação manual, equipamentos de menor porte, explosivos, etc.). Além de escavar, as fresas, também borrifavam concreto liquefeito nas paredes que secavam quase que instantaneamente para evitar desabamentos. Ainda havia uma esteira por dentro do equipamento, que transportava as rochas trituradas para trás, na entrada do túnel, que foram utilizadas para produção do concreto utilizado na construção. Cerca de 22 toneladas de rocha foram utilizadas e 1,3 milhões de m³ de concreto.

Fresa utilizada na escavação do túnel Gothard

Para maior segurança na utilização da via foram construídos dois tuneis paralelos, um de ida e outro de vinda, evitando choques caso algum dos trens descarrilhasse. Foi considerada a ideia de um terceiro túnel para a caso de alguma urgência e também futuras manutenções, no entanto, o custo seria muito alto e outra alternativa foi apresentada e executada. Foram construídos túneis transversais aos paralelos a cada 350 metros, que interligavam os túneis vai/vem. E também estações ao longo de todo o trajeto com sistemas de segurança contra incêndio, fumaças e abrigos para os usuários. Com isso, o túnel de 57 km é considerado o mais seguro do mundo.

Em 2011, a etapa de escavações foi finalizada e o foco foi para a infraestrutura. Ao todo, mais de 2000 trabalhadores se esforçaram para a obra ser entregue no prazo. O revestimento feito nas paredes foi executado por etapas e camadas. Por ser um ambiente com vários pontos em que havia fontes de água pura, foi utilizada na primeira camada uma malha entrelaçada branca para o escoamento da água (a água atravessa a malha e caí num sistema de drenagem armazenado no fundo do túnel), na segunda camada placas de plástico sólido foram fixados para isolar camadas remanescentes de água. Em seguida, formas de metal foram instaladas como uma forma de molde, dando forma ao concreto injetado atrás delas. Toda a água escoada tem um destino, usinas de tratamento foram instaladas em cada base desaguando em rios vizinhos.

Previsto para durar um século, o túnel é considerado a obra do século por alguns, com certeza uma grande obra e um grande desafio superado pela engenharia, são através de desafios como esse que surgem as inovações. As pessoas que antes enfrentavam horas em congestionamentos, hoje tem a possibilidade de chegar ao mesmo destino com 2h de viagem, através de trens que se locomovem a 240 km/h.